Errata:
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Orelha da capa principal: Em recente pesquisa, universitários do Piauí constataram que
73% das mulheres pesquisadas jamais alcançaram o orgasmo com seus parceiros.
Pág. 23 – sufocando
Pág. 23 – tensões
Pág. 24 – constitui-se
Pág. 158 – conscientes
Pág. 158 – feminino
O autor sempre acreditou que o mal se corta pela raiz. Da infância passada na roça e na cidade do interior, até chegar a Belo Horizonte, sempre achou absurdo o número e o nível de disfunções sexuais de que ficava sabendo ao conversar com as pessoas. Até que tomou, espantado, conhecimento da primeira pesquisa feita no Brasil, por um grupo de psicanalistas do Rio de Janeiro na década de 70, sobre frigidez, que afirmava que 62% das mulheres não tinham prazer sexual. Masters e Johnson, no Relatório Kinsey, apresentavam resultados muitos semelhantes. Em recente pesquisa, universitárias do Piauí constataram que 73% das mulheres pesquisadas jamais alcançaram o orgasmo.
- Comentários sobre o tema- Conseqüências desastrosas para os filhos -
Aproveitadores sempre existiram, mas é a primeira vez que eles são pesquisados à luz da psicanálise. A personalidade desenvolvida assim, mostra que a dualidade(simbiose) mãe/criança, que vai da concepção até por volta dos seis meses de idade, se não for desfeita até ai, pode alterar profundamente a maturidade sexual do indivíduo na vida adulta. Assim, essa relação mãe/criança não desfeita não permite que o ego da criança, ao se desenvolver, seja autêntico.A suposta maturidade é apenas uma representação do “faz de conta”, não da conquista da sexualidade sem tropeços. É essa incapacidade interna e as máscaras que ainda disfarçam a existência da identificação com a mãe, que levam a distúrbios de caráter e de conduta. São crianças de maioridade que agem e vivem como crianças. Mas isto não é toda a verdade. O ato de se mostrar dissociado da mãe, por meio de máscaras, esconde na verdade, personalidades infantis em que a identidade sexual genital ainda não aconteceu. Favores entre quem só gosta de levar vantagem, amáveis na conquista e inimigos no futuro, repetem colóquios infantis não assumidos, o famoso troca-troca. O que é público e assumido, não é doentio, é uma transação qualquer, um negócio comum. Ai está a diferença entre o autêntico, que pode ser mostrado, e o inautêntico que sempre é escondido. O problema não é a opção sexual persistente, que pode ser o desejo de ambos, mas o disfarce dela e da realização simbólica. Como tais distúrbios fazem parte da perversão, o fundo pulsional é sexual, que significa obtenção do prazer sexual de outra forma diferente de penetração genital/genital, ou na expressão de Laplanche e Pontalis, é o conjunto de comportamento psicossexual diferente na obtenção desse prazer sexual. Porém, a perversão comprometedora de uma patologia psicopática, não se resume à busca de prazer sexual de outras formas, mas o transtorno de personalidade individual quando existe violência física ou moral contra alguém forçada sem consentimento, e com ausência de culpa. A tragédia grega de Sófocles, “Édipo Rei” metaforiza o mundo das Jocastas insatisfeitas e dos Laios (pais) mortos pelos filhos. Esses filhos ocupam “o lugar” dos pais. Ao se acasalarem (simbolicamente) com as mães, não constituem um superego, não se instalam, nem foi constituído, instancia esta, que limita o incesto. Não limitados, não castrados, esses filhos maridos de mães, são as crianças de maioridade, e como tal, crianças sem limites e sem leis. O levador de vantagem é a incorporação mais verdadeira da mãe insatisfeita, poderosa, que nega a limitação que o pai imporia, e nesse colóquio cresce uma criança/mãe sem identidade própria, um rei, um deus, um ilimitado, e como mãe tudo pode, tudo é. Um dentro do outro, perdidos no deserto da vida com as máscaras dos falsos e inautênticos, prontos para a cada momento, burlar, incentivar a burla e permitir-se ser burlado, entre dois que levam vantagens e escondem, pois o que é lei e público é intocável.